O que fazer quando não sabemos determinada questão ou estamos em dúvida entre duas ou mais alternativas? Chutar? Mas será que existem técnicas que nos ajudam a ter uma probabilidade melhor de escolher a resposta certa?
O “chute” como todos sabem, ocorre quando o candidato não sabe a resposta e marca qualquer uma das opções para ver se acerta “na sorte”. A probabilidade é, em geral, de 20% (o comum são 5 alternativas, de “A” a “E”). Mas é possível fazer um trabalho mais técnico, ou seja, “chutar” com mais consciência e, assim, ter mais chances de acertar.
“Chutar” é, para quem conhece as técnicas, uma atividade tão inteligente quanto estudar e responder. Com técnica, às vezes é possível acertar uma questão apenas olhando as alternativas, sem precisar olhar o enunciado. O candidato bem preparado deve estar preparado também para “chutar” bem.
A técnica do chute começa por saber quando é hora de chutar. Se as respostas erradas tiram pontos, é melhor deixar em branco. Se a cada três ou quatro respostas erradas desconsidera-se uma certa, você pode “chutar” em duas ou três, nas quais tenha um pouco mais de convicção.
Advertência. A partir daqui vamos trabalhar com probabilidades. O certo é o candidato saber a resposta por ter estudado. Quando isso não ocorre, chuta-se para tentar acertar. Chutamos sempre com a maioria, com aquilo que ocorre mais, de modo que a nossa probabilidade de acerto seja maior. Nem sempre a resposta certa será aquela que a “técnica do chute” indicar. Você verá que usaremos constantemente o termo “a tendência será”. Estamos lidando com tendências, chances, tentativas de acertar.
1. Divergências. As bancas dificilmente podem colocar assuntos muito controvertidos. Nesses casos, terá que fazer tal referência ou pedir a corrente dominante. Noutros casos, existe bibliografia indicada no Edital. Assim, esteja em dia com o que predomina e com eventuais referências bibliográficas feitas pela banca.
2. Estatística. Como o trabalho da banca é selecionar quem sabe o certo, a tendência é que repita mais vezes a resposta certa, pois senão estará facilitando muito o candidato. As respostas que mais se repetem têm maior chance de ser as corretas.
Ex.:
A ( ) pão e pedra
B ( ) risole e pedra
C ( ) pão e alface
D ( ) pão e risole
E ( ) risole e algodão
A resposta correta tende a ser pão e risole, pois são as opções mais anotadas.
3. Semelhança. Quando duas questões assemelham-se muito, a tendência é que uma delas seja a correta, pois o examinador estará tentando confundir quem sabe um pouco mais.
Ex.:
A ( )14,5
B ( ) 15,7
C ( ) 17,5
D ( ) 18,5
E ( ) 18,7
A tendência é de que D ou E sejam as corretas. Se aplicarmos a técnica acima também tenderemos a marcar D ou E por causa do “18” e D por causa do “,5”.
4. Eliminação das hipóteses absurdas. Ao eliminarmos, repare que duas ou três hipóteses costumam ser absurdas. Se você eliminar antes de chutar, sua probabilidade de acerto sobe de 20% para 33% ou 50%. Tudo que atenta contra a lógica, os princípios e o bom senso, tende a estar errado. Se algo não lhe parece bem, soa mal ou você sente que está esquisito, a tendência é que tal alternativa esteja errada.
5. Eliminação das Genéricas. Em todas as áreas onde se lida com o comportamento humano e em todas as ciências não exatas, a tendência natural é a de que sempre existam exceções e ressalvas.Como diz o ditado, “toda regra tem exceção”. Isso, no Direito, por exemplo, é constantemente correto afirmar-se. Ora, sendo assim as coisas, quando você estiver em dúvida, deve eliminar as alternativas que não abram espaços para exceções, com palavras como “nunca”, “sempre”, “sem exceções”, “jamais”, etc. A probabilidade de acerto será maior se marcarmos as questões mais abertas, que admitam uma ou outra exceção ou ressalva.
“Nem sempre a resposta certa será aquela que a Técnica do Chute indicar.” |
É claro que pode haver uma regra sem exceção. O próprio ditado acima, que enuncia que “toda regra tem exceção”, também é uma regra e, como ele mesmo diz, toda regra tem exceção. Logo, há regras sem exceção, que são a exceção do ditado. Só que, como diz o nome, isso será a exceção, ao passo que, no chute nós trabalhamos sempre com a maior probabilidade de ocorrência
Observação: os critérios 1 a 5 são muito eficientes. Os 6 e 7 também são válidos, mas de muito menor aproveitamento do que os anteriores.
6. A letra “A”. Como a letra “A” é a primeira opção, a tendência é de que o examinador não goste de colocar a resposta certa logo de saída. A letra “A” é o lugar predileto do examinador para colocar as alternativas enganadoras, as “cascas de banana”. Por essa razão, sempre que eu achava que a certa era a letra “A”, dava uma conferida. Se confirmasse minha opinião, é claro que a marcava, pois devemos ter confiança no que estudamos. Mas nunca será demais ter um pouco de cautela, com esta letra. Além disso, para chutar, eu, na falta de critério mais forte, desprezava a letra “A”. Assim entre “A” e “C”, por exemplo, ia de “C”.
7. A cara do cartão de respostas. O examinador também tende a não colocar todas as respostas numa mesma letra. Logo, se estiver em dúvida entre a letra B ou C e as duas ou três anteriores e posteriores forem todas letra B, você pode tentar na C. Se a prova como um todo tiver várias B, D, E, a probabilidade é que as outras sejam letra A e C. Aqui, quanto menor o número de uma das letras, mais chance existe da resposta estar nelas. É claro que esse recurso é o último dos últimos e também depende das outras respostas estarem corretas. Você também pode usar esse critério como auxiliar na escolha entre duas alternativas.
É até possível que um examinador tente inverter seu comportamento para alterar estes raciocínios, mas isso é difícil ocorrer porque ele normalmente tem que levar em conta consideração a média das pessoas e o fato de que, se não seguir as regras apontadas, fará questões mais fáceis para quem sabe alguma coisa.
Não dependa da sorte nem da probabilidade — estude para saber a resposta certa.
William Douglas.
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